O Projeto


Projeto Diz-Quetes
Todos na Literatura!




  1. Apresentação
(Filosofia do Letra Corrida – Ateliê de Literatura e Criatividade):


Sempre há um algo que nos preocupa.

Nós, do Letra Corrida – Ateliê de Literatura e Criatividade, preocupamo-nos com o sujeito. É! Um eu, um você, um outro. Um Outro, em maiúsculas. Aquele que devolve para cada um de nós a existência daquilo que somos. Nosso espelho, nosso reflexo, nossa antítese em oposição, o avesso.

Preocupa-nos uma literatura distante, presa aos academicismos, empoeirada em estantes clássicas, em bibliotecas clássicas e linguagem clássica. Vazios. Preocupa-nos essa literatura para poucos, e que poucos a classificam com certo teor de pureza: isso que é literatura; Paulo Coelho não faz literatura!

Há uma literatura elitista e, pra não fazer feio, escondo aqueles romances de banca de jornal para distrair? Digo ao meu filho que Harry Potter é findado, apenas um alento, um esforço? Porque dizer da miséria, da fome, das guerras, das paralisias, paraparesias, anestesias, que essas sim, meu filho, isso é que é literatura: as vinhas da ira, crime e castigo, o caçador de pipas. E não digo de política, nem do leite derramado, não.

Nós, do Letra Corrida – Ateliê de Literatura e Criatividade, dizemos do sujeito. Daquele que diz o porquê de escrever de um jeito não de outro. Daquele que acha que não é preciso papel para se fazer literatura, que outro suporte serve. De todos aqueles que têm algo para ser lido e, anote!, há uma totalidade de cidadãos imersos no mundo da cultura, cheios de linguagens e significados, um eu, um você, o vizinho aí da frente, o cara debaixo do viaduto...

Sujeito! Lapsos, desvios, enganos, trocas de uma letra por outra, o cebolinha, o jeca tatu, o tropeiro e o cordelista. Um eu, um você e um Outro. Literatura!




  1. O Projeto Diz-Quetes – Todos na Literatura!


Um eu, um você, um outro. Um Outro! É aí que surge a idéia do Projeto Diz-Quetes – Todos na Literatura!. Trata-se de um painel Itinerante, construído com disquetes e com pretensões de atingir diversos pontos do país. Ir daqui pra ali e acolá e adiante.

Dentro da perspectiva assumida pela filosofia de trabalho do Letra Corrida – Ateliê de Literatura e Criatividade, o Projeto Diz-Quetes – Todos na Literatura! se desenvolve através da premissa de que tanto o ato de escrever quanto o ato de ler são acessíveis a todos, assumindo-se as diferenças, os níveis semânticos de cada um etc e tal.

Não dizemos, aqui, necessariamente do custo de um livro, dos intermediários, do mercado editorial, mas da capacidade de cada um em produzir literatura com seus próprios modo e jeito, de escrever um texto poético, todos com a possibilidade de expressar pensamentos através de palavras, de usar figuras de linguagem, metáforas e metonímias. Estímulos!

Dar a palavra ao outro é acreditar nele, naquilo que ele tem a oferecer, e torná-lo acessível ao mundo. Ao se colocar a literatura no lugar do enaltecido, do inatingível condicionado através de critérios de qualidade, importância e coisa e tal, faz-se uma literatura para poucos e se deixa de lado possibilidades de expressões e de experiências não condicionadas aos critérios de elegibilidade aí estabelecidos e que, portanto, eliminam particularidades imprevistas à língua e à existência de cada um.

Para isso, criamos a oportunidade de desenvolver o processo de escrita das pessoas através de um suporte diferente, até certo ponto inusitado: os disquetes. Estes presos uns aos outros como uma colcha de retalho para ser fixado em lugares públicos e eventos relacionados à literatura, arte, cultura e afins. Também contamos com um espaço virtual para um engajamento acessível a pontos distantes. Acesse: http://diz-quetes.blogspot.com e tenha mais detalhes.

Seja um parceiro!

  1. A Idéia Inicial


A construção do painel interativo, suporte do Projeto Diz-Quetes – Todos na Literatura! é pré-existente à sua própria idéia. Por detrás, a inclusão. E a constatação: todo mundo quer estar dentro, mesmo estando do lado de fora. E talvez seja esse o lema das festas literárias que acontecem paralelamente umas às outras. A Off Flip em distinção da Flip; a Off Fest em distinção ao Festival da Mantiqueira – Diálogos com a Literatura. Nem só. Outros exemplos de inclusão, principalmente dos movimentos literários, é possível observar país afora.

No nosso caso, tudo se originou com o Festival da Mantiqueira – Diálogos com a Literatura. Primeiro como uma forma de as pessoas que admiram a festa e a literatura poderem participar, mesmo estando à distância. A voz de todos. A voz do leitor. O protagonista. Para participar era preciso escrever uma frase curta sobre as memórias do evento, as sensações aí presentes ou, então, sobre a literatura, principalmente em relação ao ler e escrever.

Depois, a construção do painel e sua possibilidade de se tornar interativo. Uma aposta de colocar no mesmo ‘quadro’ tanto as frases elaboradas, escritas anteriormente e mandadas por email, quanto àquelas que ainda seriam criadas pelo público do evento, pelos transeuntes, ao vivo e em cores, no calor dos acontecimentos. Frases escritas por todos, por crianças, jovens e adultos. Pessoas que se sentiram instigadas em deixar sua contribuição, seu registro literário sobre o evento, a possibilidade de pertencer.




  1. Próximas Etapas do Projeto Diz-Quetes – Todos na Literatura!


Agora estamos na segunda etapa do Projeto Diz-Quetes – Todos na Literatura!. Expandi-lo. Levá-lo para outros lugares e de permitir que outras pessoas sintam-se protagonistas da literatura. É que nesses eventos o clima contagia. Por isso a idéia de aproveitá-los.

Ainda há outras propostas em vista, sempre utilizando os disquetes como suporte, para caracterizar o movimento. Em uma terceira etapa, haverá a possibilidade de as pessoas construírem seus próprios disquetes literários e enviá-los via correios para a construção de novos painéis e intervenções.

O pertencimento se dá através de ações. Com isso, o que se quer é atingir um maior número de pessoas e difundir a mensagem de que escrever não é para poucos e que, da mesma forma, há muita literatura acessíveis aos mais diversos níveis de linguagens existentes.

Por fim, acreditamos que desta maneira podemos ajudar a construir um país de leitores, e de novos escritores. De certo modo, deixamos de lado as avaliações por pares, um sistema que, por certo é útil à literatura, mas que aqui se desfaz pelo interesse da difusão das potencialidades da escrita e da divulgação do hábito da leitura. Um processo interativo.



  1. Os Disquetes – A escolha do suporte


A escolha dos disquetes foi casual. Porém, inconscientemente, traz a tona algo que a sociedade já vem discutindo: o planeta sustentável, a reciclagem e o lixo eletrônico. 

Primeiro a aposta era simplesmente utilizarmos de algum tipo de material que pudesse estar disponível e fora de uso. Depois, a construção metafórica: a possibilidade de imaginar o conteúdo interno e digital de cada um desses disquetes. Aquilo que se continha e que ficou no passado também traz um alerta para a renovação e acessibilidade da linguagem literária; para que ela se torne ainda mais “possível”, e sem perder suas particularidades.



  1. Participe!


Fica aqui, portanto, o convite para todos.
Sua participação pode ser feita de duas formas, ou ambas.
Você pode contribuir para o painel interativo apresentando suas palavras, suas letras, sua voz e suas impressões. Ou, você pode ser um fomentador e batalhar na divulgação da idéia: Projeto Diz-quetes - Todos na Literatura!



Seja Bem-Vindo!

Um grande abraço,

Fernanda de Aragão
Letícia Mendonça


Contato:
letracorrida@gmail.com